quarta-feira, 22 de setembro de 2010 | By: Ócios do Ofício

Inconsciente


Peso. Não o comum. Aquele que a maioria das mulheres tenta perder e os homens encontrar, salvo raras exceções. Mas o de consciência. Estranho sentimento, o de estar incapaz. Incapaz de voltar no tempo e fazer tudo de forma distinta. Ser distinta. Me deixei levar por você, embora relutante.
            Você me induziu a falar coisas que talvez não quisesse, ou não pudesse. A fazer coisas antes inimagináveis. Me encorajou, me seduziu, me ludibriou. Me trouxe amigos e tirou-os de mim num segundo. Me fez rir, demasiadamente. Tanto que chegou a causar-me fortes dores. Dores estas que não se resumem ao físico, ao corpóreo.
            Você me ensinou. E eu, aprendi. Decorei os movimentos, as curvas, o mexer, as jogadas de cabelo. Tudo, enfim. Sem preconceitos nem preceitos. A dança, um dos dons que não me foram dados, naturalmente. Me guiou, moveu meus pés, pernas e braços. Fez com que até mesmo as batidas do meu coração seguissem o ritmo e a melodia da música.
            Me tirou a fome e o pouco que me restava de equilíbrio. Não me fez chorar, e esta é a única parte da história que me impede de te esquecer. Não que eu não possa, posso com toda convicção. Mas você marcou a minha vida, a fase de transição da adolescência ao adulto. Não digo que tenha amadurecido, mas tornei-me menos infantil.
            Prometi não descer do salto, literalmente. E cumpri. Até o instante em que me sentei e ao meu lado estavas. Como em hipnose, me fez dependente. Nem ao menos precisou contar até dez para que eu acordasse. Não resisti. Meus lábios mancharam-te de batom e em ti, copo, ficaram gravados. Vodka, maldita vodka.
           
Bruna Silveira

2 comentários:

Samanta Silva disse...

aiaiai ;x ahuiahiuahuai
adorei!

Rafael disse...

KKKKKK muito bom Bruuu.

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